sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Expressão da liberdade

Novembro de 2009 passou e não tive a oportunidade de celebrar o primeiro ano do meu blog. Arrumando tempo entre provas de macroeconomia e reuniões do Clube de Investimento da faculdade, tentei ao máximo expressar as minhas opiniões sobre a realidade político-econômica atual. Sem perder o foco, dedico esse artigo ao aniversário de um ano de meu blog. Assim sendo, que melhor maneira de realizar essa celebração se não tratando da liberdade de expressão?

“Liberdade de expressão” é o direito de manifestar livremente idéias, opiniões e informações, carancterística marcante das democracias modernas. Esse termo passou a ser habitualmente utilizado no Brasil a partir dos anos 80, logo após o fim do Regime Militar. Entretanto, o nível de liberdade de expressão que possuimos, em adição às maneiras pelas quais esta se manifesta no país, são ainda temas de debates. Utilizando nosso presidente como exemplo quando este bateu contra “aquele” jornalista do New York Times, vemos que um pouco de poder basta para aprisionar a expressão.

Aprisionar a expressão? Onde está a liberdade? O que é a liberdade? Ironicamente liberdade é um termo da filosofia empregado negativamente para retratar a ausência de submissão, de servidão e de determinação. Em outras palavras, é a independência do homem. Eu estaria indo indiretamente contra a liberdade de expressão, entretanto, se não mencionasse que a filosofia também define positivamente a liberdade como a autonomia e a espontaneidade de um indivíduo racional. Não vou mais a fundo para fazer o meu ponto. Mantendo-me no estudo da “liberdade”, vejo que Descartes descreve a mesma como medida para analisar os homens que melhor compreendem as alternativas em escolha. Assim sendo, concluimos que a liberdade é um objeto da ação de escolher daqueles que racionalmente avaliam situações.

Deste modo, a partir do momento que ganhamos a liberdade – utensílio das nossas escolhas – temos que decidir, já utilizando-a, como empregá-la. Regressando aos moldes da democracia moderna, observamos o voto popular como o maior exemplo de liberdade. Entretanto, no Brasil, é fato notório que muitos votos são escolhidos por motivos que divergem da racionalidade. Falo da compra de votos, simpatia do candidato e ameaças políticas. A ignorância na hora do voto é um entrave ao funcioamento deste. Pensando por um instante, ignorância ao votar, maior ato da democracia ou liberdade, não é algo irracional? Assim sendo, a ausência do governo no desenvolvimento da educação e escolarização das parcelas mais humildes da população é algo que nega a liberdade; nega a racionalidade necessária para a utilização desta. Temos liberdade no Brasil?

A liberdade estará viva enquanto a razão estiver presente. Portanto, não se enganem ao pensar que realizar passeatas e impedir o tráfego nas principais avenidas do país é um ato de liberdade, uma vez que isto não soa racional a partir do momento que você impede o direito de ir e vir das outras pessoas. O voto consciente, a maior participação política das pessoas honestas e preparadas e iniciativa privada para suprir as deficiências educacionais do povo são atos racionais e, portanto, reflexões da liberdade. Já àqueles que acham que possuem razão e racionalidade demais, não pensem que fazer campanha antes da época eleitoral para sua candidata durante inauguração de obras do governo federal é também sinônimo de liberdade.

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