sábado, 16 de outubro de 2010

Um debate ao nível do povo

Não negarei o meu apoio a José Serra. Seria hiprocrisia, uma vez que o meu posicionamento político está claro nos artigos anteriores. Pelo mesmo motivo não negarei que não acho Serra o político perfeito. Como já falei para meus amigos próximos, o único homem que eu colocaria no Planalto sem pensar duas vezes seria eu mesmo!

Acredito que os dois candidatos possuem diferenças em apenas 4 pontos: economia, ética, política internacional e tendências democráticas. José Serra, na minha opinião, vence Dilma Rouseff em todos esses quesitos e, como numa estratégia de marketing empresarial, deve focar nos seus pontos fortes. Entretanto, é possível conquistar a atenção dos eleitores falando sobre economia e ética? Geraldo Alckmin tentou em 2006 e foi derrotado pelas distorções que Lula fez do governo de FHC e dos reais números e fatos.

Falando de economia, um teste rápido: você sabe relacionar corrupção com taxa de juros ou gastos públicos com inflação? Num país em que o dinheiro gasto em corrupção é igual à parcela do PIB investida em educação, essas respostas deveriam ser prioridades da classe média. O pior é que tem mais chances de você receber uma resposta melhor de um taxista paquistanês em Nova York do que do seu próprio vizinho brasileiro. Mas a culpa não é nossa. Enquanto o nosso governo se preocupa em nos cegar, nos EUA economia básica é ensinada nas escolas.

Se economia é difícil de fazer-se entender, imagina política internacional. Quantos de nós conhecem o impacto de nos relacionarmos com governos anti-democráticos como os do Irã e da Venezuela? Além de ser vergonhoso, mostra as raízes do PT. E não, Lula não é o cara. A tradução do que Obama falou é “Lula é o meu chapa”. Não se enganem: o mundo olha para o Brasil como um país em crescimento mas pouco confiável nos assuntos de diplomacia internacional.

Se falar de economia, política internacional e falta de democracia falhou, mais uma vez temos que apelar para a ética. O PSDB mostrou vídeos de Dilma apoiando o aborto antes de ser canidadata e depois, por conveniência, ser contra durante as eleições. O problema aí se encontra na contradição e na falta de palavra da candidata, mas o povo brasileiro viu além. Sempre me perguntei se os brasileiros seriam democratas ou republicanos caso morassem nos Estados Unidos. Surpreendetemente percebi que somos não apenas republicanos, mas também aqueles conservadores sulistas religiosos. O brasileiro não se ofendeu por Dilma ter mudado de posição, mas sim por um dia ter sido a favor do aborto (apesar de eu acreditar que contineu sendo). O que aqueles que seguem política sabem há muito tempo a população finalmente percebeu: Dilma possui uma religiosidade questionável.

Por fim o PSDB encontrou um assunto que o eleitor escute. Estamos num debate de um nível da idade média? Sim. Mas nada mais baixo que o nível educacional do brasileiro. O Brasil está tendo um debate ao nível de seu povo, afinal, o que é inflação mesmo?

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