terça-feira, 7 de setembro de 2010

Boto, Cobra Grande e o Serra e a ZFM: Desmistificando lendas amazônicas

O Amazonas certamente é um lugar incrível. Nascido em Manaus, sempre me encantei com as características geográficas, sociais, políticas, econômicas e culturais do nosso estado. O folclore Amazonense me fascinou bastante quando criança e por isso jamais esqueci das minhas três favoritas lendas

A primeira é a lenda do Boto. Os botos são mamíferos aquáticos, mais especificamente da ordem dos cetáceos, parentes muito próximos das baleias e golfinhos. A lenda diz que, durante as festas juninas, o Boto se transforma num homem bastante elegante e encantador, sempre usando um chapéu para esconder a narina no topo da sua cabeça. Esse boto-rapaz tende a encantar moças inocentes e levá-las para o fundo do rio, onde ele as engravida. Mas, se pararmos para entender o contexto desse folclore, fica óbvio que essa lenda apenas serve para justificar a gravidez daquelas jovens que de inocentes não têm nada...

A segunda lenda que sempre achei interessante é a da Cobra Grande, ou Boiuna. A Cobra Grande é uma cobra monstruosa que toma a forma de outras embarcações e muitas vezes causa acidentes no rio. Algumas pessoas acreditam também que a Boiuna se transforma em mulheres, assim tomando a atenção dos capitães dos navios. Por motivos obvios, após gerar a confusão e afundar barcos, a Cobra Grande sempre desaparece e jamais foi documentada. Entretanto, apesar de ser uma história interessante, essa lenda nada mais é do que uma justificativa para aqueles que muitas vezes dormiam ao pilotar as embarcações. Em algumas regiões os tremores de terra também eram justificados pela movimentação da Cobra Grande.

Por último vem a lenda que, na minha opinião, é a mais criativa e interessante: o José Serra e a Zona Franca. A história dessa lenda começa em 1996, quando o então Ministro do Planejamento do Governo FHC, José Serra, nota a falta de seriedade na SUFRAMA. O ministro então decide apertar os superintendestes, o que gera uma insatisfação no governo local. Assim nasceu a lenda: numa tentativa de combater a corrupção do Estado do Amazonas, José Serra virou símbolo do sentimento anti-zonafranquista paulista. Mas é claro que, para aqueles mais esclaredidos, essa história nada mais é do que uma jogada suja de petistas e companheiros para abusar da infantil inocência o eleitor amazonense.

Adoro lendas...

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